quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Observar os filhos para compreendê-los

É bom começar por dizer que "observar" os filhos não significa bisbilhotar", isto é, näo pode ser ocasião para violarmos a sua intimidade pessoal. Somos bisbilhoteiros quando queremos saber tudo, mas quase unicamente para satisfazer as nossas exi­gências e para tranqüilizar as nossas ansiedades.

O respeito à intimidade dos filhos é fundamental para estabelecer com eles um autêntico relacionamento de confiança. A tarefa de observá-los assume, portanto, uma feição inteiramente particular, porque se baseia na mais absoluta naturalidade e espontaneidade, o que torna necessária uma participação ativa na vida do filho: é uma observação destinada a captar e a incentivar tudo o que pode ajudá-lo a desenvolver-se como pessoa, com pleno respeito a sua liberdade.

Para consegui-lo, pode ser conveniente descer ao nível da criança, ver as coisas um pouco do ponto de vista dela; se soubermos fazê-lo, ficaremos admirados ao notar a enorme diferença que há entre o nosso mundo e o das crianças, e quanto o delas é rico, apesar das aparências. A observação e o conhecimento começam a partir do berço. Cada criança tem as suas exigências e é diferente de qualquer outra. Procuremos, portanto, respeitá-la e não impor-lhe de modo muito rígido os nossos horários. Seria mais oportuno que a mãe se adaptasse, por exemplo, aos horários de um bebê, e não ao contrário.

A observação deve, pois, tender a saber não só "como é a criança", mas sobretudo como nós somos com ela; muitos dos seus hábitos dependem exclusivamente de nós e têm a sua origem no modo habitual com que nós mesmos nos conduzimos. É fácil perceber que muitas das preferências do filho resultam dos hábitos de seus pais.

Por último, é necessário empenhar-se em observar os filhos no seu relacionamento com os pais e também com os da sua idade; no seu comportamento em casa e fora dela, de modo a conseguir uma imagem completa da sua personalidade.

a primeira infância, procuraremos portanto conhecer do nosso filho não só o seu tamanho, o peso, etc., mas também a sua capacidade e potencialidade de movimentos (o chamado desenvolvimento motor), perguntando-nos honestamente se somos pais que favorecem a educação física ou não. É penoso observar que há crianças já bem grandinhas que não agüentam um pequeno passeio porque "se cansam", "não estão acostumadas", e que não correm e não saltam porque "poderiam cair" e "machucar-se".

Saber observar o filho significa também vê-lo como ele é com os demais meninos, sem porém usar de indulgência nas comparações.


Fonte: extraído do livro "Conheça o seu filho", da Editora Quadrante. A autora, Anna Maria Costa, é psicóloga italiana.acesso em 02/12/2010

Dizer "não" pode ser saudável

Não me lembro da primeira vez que a minha mãe me disse que não podia fazer alguma coisa, mas recordo que foram muitas. E como lho agradeço agora!

Fui uma menina irrequieta que já aos quatro meses tinha caído da cama duas vezes, que arrasava tudo o que as suas mãos pequeninas podiam alcançar; que aos quatro anos, sem querer, claro, tinha pegado fogo a um quarto de brinquedos; aos 7, por se perder dos pais, acabou numa delegacia uma vez que não sabia como regressar a sua casa, e aos 12 ensinava as amigas a fumar.

Os meus pais depressa aprenderam, sem receber nenhum curso de Escola de Pais, que uma das fórmulas-chave de me amar era ensinar-me que existem limites em todos os campos: físicos, psicológicos e éticos. Os limites para o ser humano não são obstáculos à liberdade, são precisamente os caminhos a seguir para que esta possa escolher o bem, a verdade e o amor, que não são pouca coisa.

Um elemento imprescindível na educação é saber dizer ”não”. As atuais gerações de pais de família dão a impressão de ter horror a esta palavra. Treme-lhes a voz quando têm que pôr um limite, e até se sentem culpados quando o fazem. O bom educador não necessita levantar a voz, basta-lhe, em muitas ocasiões, um olhar para dizer “isso não se faz”, porque se sente seguro de estar fazendo o que está certo.

A diferença psicológica fundamental entre a criança e o adulto reside em que o primeiro desconhece quais são os seus limites, até onde pode chegar nos seus desejos, o que o favorece ou o que o prejudica, o que é o bem e o que é o mal.

A sábia natureza organizou de tal maneira a coisas que o período de amadurecimento de uma “cria humana” é dos mais lentos comparado com outros mamíferos. Quantos anos depende uma criança do adulto para poder subsistir por si mesmo? Esses anos são vitais não só pela necessidade de receber o alimento, mas também pela necessidade de EDUCAR A LIBERDADE HUMANA EM FUNÇÃO DO AMOR.

Herber Macuse foi um dos pensadores que mais intercederam nos anos 60 pelas teorias da total permissividade sexual na criança, para lhe evitar traumas futuros. Das 34 crianças “usadas” como objetos da sua experiência num jardim de infância americano, durante 5 anos, em que nunca se lhes disse “não” a nada, 12 suicidaram-se antes dos 55 anos, 18 apresentaram sérios problemas de adaptação e convivência e 4 levaram uma vida aparentemente normal.

A violência nas escolas, a falta de disciplina, o aumento da delinquência juvenil, o vandalismo, o uso do próprio corpo e do alheio como instrumento do prazer, as dependências do álcool, das drogas, da pornografia, etc. são fenômenos globais da sociedade ocidental. Todos estes comportamentos – esclarece o psicólogo Tony Anatrella, na sua obra “O sexo esquecido” - dos quais cada vez mais pessoas se queixam com um sentimento de impotência e de saturação, não estão a acontecer por acaso. A sociedade criou as condições objetivas para que se desenvolvam e não é justo afirmar, como fazem alguns sociólogos, que estão sistematicamente relacionados com o desemprego e a crise económica. Na realidade estes comportamentos demonstram bem que há uma desresponsabilização da sociedade.

E uma das causas principais para este fato foi o medo que nos transmitiram para educar, de vez em quando, com um “não” necessário. O “não” é um termo politicamente incorreto, inimigo da tolerância, da permissividade, embora se bem utilizado, seja o elemento-chave para formar inteligências abertas, vontades livres e afetividades sãs.

Por detrás de cada “não” durante a formação, há milhões de “sim” no futuro da vida dessa criança.

Um “não” a um ato egoísta é dizer “sim” a muitos atos de generosidade, um “não a um comportamento sexual separado de um amor verdadeiro, é o princípio de uniões estáveis e felizes, um “não” à negligência, é um “sim” à responsabilidade e ao espírito de luta, e um “não” à curiosidade mórbida de torturar um animalzinho sem necessidade alguma, é também um “sim” ao cuidado com o planeta e ao desenvolvimento da responsabilidade ecológica.

Fica demonstrado que um “não” a tempo, pode ser saudável, para o ser humano de hoje e para a sociedade do futuro.”



Por: Nieves García, Colaboradora de mujernueva.org

acesso em 02/12/2010

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Os filhos e as brigas dos pais

Certo dia, proferi uma frase mal-educada à minha esposa, o que foi presenciado pelo meu filho. Sem demora, com os olhinhos um pouco tristes, um pouco indignados, ele disse-me: “eu prefiro que você brigue comigo do que fale desse jeito com a mamãe”.

Eu já havia ouvido de especialistas que os filhos se sentem mais seguros em notar que os pais se amam entre si do que com demonstrações de afeto diretamente para com eles, pois, mais que serem amadas, as crianças desejam ardentemente se sentirem frutos de um amor. Mas o fato é que isso que havia visto em livros e cursos, nunca havia notado tão fortemente na prática, de tal forma que a justa censura do sábio garoto encheu-me de vergonha.

Convém, pois, que pai e mãe meditem sobre como anda o relacionamento e em que medida isso tem contribuído ou prejudicado a formação dos filhos.

É inevitável que haja brigas entre o casal. Aliás, ouso lançar um desafio: se alguém conhece um casal que nunca se desentendeu, ainda que levemente, que envie uma mensagem para o meu endereço eletrônico, pois vou tentar fazer que saia na próxima edição do Guinness.

Assim, se os desentendimentos são como que “naturais” na vida do casal, mas, por outro lado, causam grandes males aos filhos, como solucionar a contradição?

Ainda que inevitáveis as brigas, deve haver um esforço constante para que as relações conjugais sejam cada vez melhores. O relacionamento entre marido e mulher pode ser comparado como uma encosta íngreme a ser percorrida. Quando se dispõe a subir a montanha, não se consegue ficar parado, ou se avança, ou se retrocede. É bem verdade que mesmo aqueles que se empenham por subir um pouco a cada dia, por vezes caem e, quando se dão conta, retrocederam um bom caminho, mas isso não importa, pois se há determinação, logo se recupera, com folga, o trecho perdido.

Nessa luta, é importante que cada um descubra os próprios defeitos, em especial aquele que mais desagrada o outro. E mais que descobrir, travar uma batalha decidida por vencê-lo. O grande mal é que cada um pensa que o problema está no outro e, com isso, nada faz para melhorar.

Vejamos um pequeno exemplo. Ele, ciumento do trabalho profissional dela, queixa: “você agora só pensa em seu trabalho e nem se importa mais em manter a casa agradável”. Ela: “você é que é um folgado. Encontra tempo para jogar futebol e tomar cerveja com os amigos, mas não me ajuda nas tarefas da casa”. E os exemplos são infindáveis. Cada um de nós pode imaginar o roteiro das nossas discussões, todas elas com acusações recíprocas sem que cada um reconheça os próprios defeitos.

No entanto, o ponto de luta é outro. Ou seja, cada um deve pensar “o que ela (ou ele) tem de razão no que fala de mim? O que posso fazer para ser melhor?”. É bem verdade que, feito isso, é necessário que o outro também se empenhe em mudar. Mas para isso, não se consegue nada no meio de uma discussão. Passado um dia ou dois, quando estiverem calmos, a sós, então se fala: “olha, isso que você faz, desagrada-me muito. Pense se não pode se esforçar um pouco para fazer desse jeito ou daquele...”. E depois deve estar disposto a ouvir também, porque por certo que o outro também terá muitas “críticas constritivas” a fazer.

Mas ainda que isso seja feito, mesmo assim surgirão os desentendimentos. Há então que se colocar um forte empenho para que as brigas não ocorram na frente dos filhos. Se é natural brigar, não o é diante deles, tanto mais se as brigas forem por sua causa. Por exemplo, o filho pede algo ao pai, e ele nega, em seguida, pede à mãe, que consente e, formado o problema, passam a discutir na frente do filho por esse motivo. Quando isso ocorre, a mensagem que se passa é que não há certo e errado e que os pais não se entendem sequer a respeito do que é melhor para ele, gerando uma terrível insegurança na criança ou adolescente.

Mas se isso ocorrer, deve se tomar cuidado para que os filhos presenciem também a reconciliação. É que eles costumam ver as brigas, mas não vêem o momento posterior em que fazem as pazes, ficando com a impressão de que estão sempre brigados.

Um grande defensor da paz e da alegria nos lares aconselhava aos casais que jamais brigassem diante dos filhos e que as brigas, naturais entre marido e mulher, não se prolongassem por mais de um dia, de modo que não se deitassem sem antes fazer as pazes. E mais, aconselhava ele que aquele que pensa ter razão na discussão, que seja o primeiro a pedir perdão.



Por: Fábio Henrique Prado de Toledo é Juiz de Direito em Campinas. Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Articulista do Correio Popular de Campinas e de alguns outros jornais. Casado, é pai de 8 filhos. - acesso em 01/12/2010

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Conversar é a melhor forma de educar os filhos

Por Luciana Galastri



Deixe a cinta para prender sua calça. É o que a maior parte dos pais ao redor do mundo pensa sobre educação dos filhos, de acordo com uma pesquisa feita pela CNN.

Foram analisados 16 países de culturas diferentes e os resultados globais mostraram que a conversa é a arma mais poderosa para disciplinar as crianças. Tirar um privilégio (como videogame) é a segunda tática mais popular. As menos consideradas foram mandar as crianças para o quarto e bater nelas.

Esses são os resultados mundiais, mas e no Brasil?

De acordo com a pesquisa, 79% das mulheres e 77% dos homens brasileiros preferem conversar com as crianças. Tirar um privilégio vem, também, em segundo lugar com 17% de popularidade entre mães e 12% entre os pais.

Punições físicas são não são aprovadas por nenhuma das mães – 0% das entrevistadas disseram que aprovam esse tipo de castigo – e apenas 4% dos homens usam essa técnica.

Voltando aos resultados mundiais, as mães só aprovaram punições físicas mais do que os pais em três países: França, Índia e Canadá.

Nos Estados Unidos, Itália e no México, assim como no Brasil, nenhuma das mães disse aprovar a cinta. Na China nem as mães e nem os pais aprovaram a técnica, que teve 0% de popularidade para ambos os sexos dos entrevistados.

Uma pesquisa anterior mostrada pelo HypeScience aqui dizia que crianças que apanhavam tornavam-se adultos mais bem sucedidos. Para os pais (e para a felicidade das crianças) os resultados não estão sendo levados em consideração pela grande parte da população mundial. Mas vale a pena dar uma olhada e entender as razões dos cientistas.

Fonte: CNN

sábado, 20 de novembro de 2010

Distanciamento entre pais e filhos

Distanciamento entre pais e filhos,
E qual é o pai e a mãe que não ama seus filhos?

É crescente no Brasil o número de separações e divórcios, e como conseqüência, dá-se o natural distanciamento entre pais e filhos, já que na grande maioria dos casos, estes ficam sob a guarda e responsabilidade da mãe.

A rotineira fixação de visitas pré-estabelecidas, em dias e condições pactuadas entre os separandos, se mostra muitas vezes insuficiente para atender a expectativa dos filhos, notadamente quando na tenra idade.

Certamente, a grande maioria não consegue assimilar e entender a nova situação criada, pois de um dia para o outro, se vêm distanciados do convívio do pai, antes sempre ou quase sempre presente, e agora um mero visitante ocasional.

Parece difícil para os filhos menores, entenderem a nova situação criada, notadamente quando não existe um diálogo franco, aberto, sem subterfúgios, entre pais e filhos, afinal, a interrupção da convivência entre os pais, não significa que ambos, pai e mãe, deixem de amar e de querer bem, seus filhos.

O reflexo da separação, na maioria das vezes, se faz sentir no cotidiano dos filhos, que passam a se sentir desamparados, abandonados, esquecidos, notadamente pelo pai, quando é este que deixa o lar. Tal insatisfação, acaba resultando em rebeldia, baixo rendimento escolar, dificuldade no relacionamento com outras crianças, descontrole emocional, dentre outras atitudes negativas, que acabam por afetar grande parte das crianças e adolescentes.

È certo pois, que o modelo convencional de guarda e visita estabelecido pelos pais, quando da separação ou divórcio, não atende muitas vezes, de forma satisfatória o interesse dos filhos menores, pois estes são surpreendidos com a separação repentina, e não estão preparados para viver a nova situação que acabou de se criada, notadamente no início da separação, quando a mãe geralmente assume o encargo da guarda, com todas as suas conseqüências, também desgastada emocionalmente, e dentro de uma nova realidade econômica, via de regra, difícil de ser superada.

Num primeiro momento, a mãe passa a ver a guarda como um ônus, notadamente, porque em razão da nova situação e necessidades, sente a imediata necessidade de tentar se inserir no mercado de trabalho, quando não trabalhava, ou ainda, de ascender à melhor posição, quando já trabalha, com o intuito de aumentar sua renda, para enfrentar as dificuldades que de pronto, começam a aparecer.

As vantagens da guarda compartilhada

Para superar tais dificuldades e obstáculos, surgiu em nosso ordenamento jurídico, a guarda compartilhada, como uma nova forma de relacionamento entre pais e filhos, quando da separação dos pais, e que consiste na possibilidade dos filhos serem assistidos, concomitantemente, por ambos os pais, e estes têm autoridade efetiva para agir e para tomar as decisões necessárias e prontas, quanto ao bem estar dos seus filhos.

Várias são as vantagens, ao meu ver, protagonizadas pela guarda compartilhada, em prol do bem estar dos filhos, e do fortalecimento dos laços de afetividade e confiança entre eles, dentre as quais destacamos: o maior envolvimento do pai no cuidado dos filhos; maior contato dos filhos com os pais, estreitando o relacionamento íntimo entre ambos - pais e filhos - aumentando, consequentemente, o grau de confiança e cumplicidade entre eles; as mães ficam liberadas em parte da responsabilidade da guarda unitária, que vigora como um primado cultural em nossa sociedade, liberando-a para buscar e perseguir outros objetivos, que não seja apenas o de cuidar dos filhos.

Para tanto, o compartilhamento da guarda, exige uma comunicação efetiva, ágil e respeitosa entre os genitores, além de uma disponibilidade maior para atender as necessidades dos filhos, não para simplesmente vigiá-los, mas para que sintam segurança, amparo, retaguarda, para um crescimento harmonioso, notadamente no plano emocional e psicológico.

A Guarda Compartilhada na legislação brasileira

A legislação pátria já dá a base legal para estimular a guarda compartilhada, com uma legislação moderna e avançada, que ainda contrasta com o arraigado preconceito machista, secularmente transmitido, de que o cuidado dos filhos, deve ser tarefa da mãe, cabendo ao pai, a responsabilidade de prover seus alimentos.

O legislador, por outro lado, vem introduzindo paulatinamente no ordenamento jurídico, vários normativos que por certo, acabarão por consolidar a guarda compartilhada, como um instrumento legal hábil para a melhoria da qualidade do relacionamento entre pais separados e seus filhos.

O marco decisivo para a implantação da guarda provisória, encontramos na Constituição Federal de 1988, que trouxe em seu artigo 226, § 3º e 4º, o reconhecimento da união estável entre homem e mulher como entidade familiar; o § 5º, do mesmo artigo, trouxe grande contribuição, ao regulamentar que os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal serão exercidos igualmente pelo homem e pela mulher. O artigo 229, da Carta Magna, atribui aos pais "o dever de assistir, criar e educar os filhos menores".

Posteriormente, o Estatuto da Criança e do Adolescente, conhecido como ECA, Lei nº 8069/90, de forma objetiva, atribui em seu artigo 4º, como dever da família, ao lado da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público, assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade, e à convivência familiar e comunitária.

Tal dispositivo contido no ECA, na verdade, deu efetividade ao artigo 227, da Constituição Federal, que consolida como dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, todos os direitos fundamentais, dentre os quais, o direito à convivência familiar.

O ECA, no artigo 5º, proíbe em relação às crianças e adolescentes, qualquer modalidade de discriminação, negligência, exploração e violência, determinando a punição dos responsáveis por qualquer atentado aos direitos fundamentais. Nos artigos subseqüentes, trata das disposições que devem ser observadas e garantidos às crianças e adolescentes, para a garantia dos direitos fundamentais assegurados no artigo 4º, já referido.

Mais recentemente, o Código Civil, Lei nº 10.406/2002, estabeleceu o Poder Familiar, em substituição ao Pátrio Poder, adaptando a legislação infraconstitucional, aos princípios constitucionais da Carta de 1988, disciplinando o exercício do poder familiar pelo pai e pela mãe, sempre atento ao interesse do menor, em conformidade com o Estatuto da Criança e do Adolescente, sendo que a disciplina do exercício do poder familiar se encontra inserta no artigo 1634 do Estatuto Civil.

A guarda compartilhada como um ato de amor

Temos assim, todo o embasamento jurídico e legal para assegurar a guarda compartilhada como um direito/dever dos pais, com o objetivo de proporcionar aos seus filhos, uma assistência mais efetiva, notadamente no campo emocional, afetivo e educacional. Basta que se vençam as barreiras culturais decorrentes do preconceito enraizado em nossa sociedade, de que a missão de cuidar dos filhos de pais separados, é primordialmente da mãe.

Por certo, ao longo do tempo, com o estímulo do legislador e com sustentação na jurisprudência de alguns Tribunais, estes mediante uma interpretação mais qualificada da legislação constitucional e infraconstitucional, o instituto da guarda compartilhada acabará vencendo os obstáculos decorrentes do preconceito e da formação cultural de nossa sociedade, e poderá se tornar uma opção de uso comum pelos separandos, pois entendemos, que mais do que uma guarda meramente legal, é um instituto que se impõe como um verdadeiro ato de amor.

E qual é o pai e a mãe que não ama seus filhos?

Jose Fier

Publicação: www.paralerepensar.com.br 29/05/2008 - acesso em 20/11/2010

A difícil tarefa de educar

É fácil educar filhos? Com certeza não temos a fórmula perfeita. O aprendizado se dá através de erros e acertos do cotidiano.

Para muitas pessoas (que nunca tiveram o privilégio de ter filhos) não sabemos educar os nossos. Ensinam-nos como agir diante de situações diversas, como se fossem especialistas na arte de educar filhos.

Sabemos das dificuldades que surgem em cada etapa da vida deles. Precisamos ter sensibilidade, amor, paciência para com estes seres a nós confiados. Muitas vezes não sabemos ou não agimos da melhor forma, mas tentamos acertar.

Às vezes nos equivocamos querendo protegê-los, e não deixamos que eles conheçam a dura realidade que os rodeia.Queremos viver a vida por eles, pois os amamos e queremos evitar que sofram. Esquecemos que já tivemos as oportunidades de viver a nossa, e assim sendo, não podemos viver por eles.

Quando os filhos crescem, continuamos querendo direcionar seus passos.A orientação para o bem é sempre necessária, mas não podemos interferir em suas escolhas: que tipo de profissão devem optar, os amigos com quem devem andar, o marido ou mulher que devem escolher (esta escolha é muito importante para os pais, principalmente para as mães).Quando consultados, podemos emitir nossa opinião sobre suas tomadas de decisão, suas escolhas.

Na escolha do(a) esposo(a) a influência é bem maior. Os pais querem saber da vida do(a) outro(a), a que família pertence, onde trabalha, se tem carro etc. Todos os pais querem o melhor para seus filhos, que nem sempre se afigura como “melhor”.

Felizmente, há aqueles pais que sabem educar seus filhos, há diálogo entre eles, respeito, aceitação pelas suas escolhas. E o mais importante, há confiança, companheirismo.Muitos filhos são o reflexo da educação que receberam.Alguns maravilhosos, outros prepotentes, orgulhosos,e egoístas.

Infelizmente, vemos hoje jovens irresponsáveis, não gostam de estudar, são violentos, acreditam que aproveitar a vida é sair para as baladas, beber até à exaustão e sair dirigindo em alta velocidade para provar que são “machos”.
Repensemos nossas atitudes,nossos comportamentos diante de nossos filhos.Verifiquemos nossa educação na prática.Há tempo, ainda, de revertermos o quadro (caso se apresente como negativo).

http://www.acessepiaui.com.br/reflexao/a-difcil-tarefa-de-educar/302.html-(EM, 01/02/2009, às 09:55:36)Reflexao:Edite Malaquias-acesso em 20/11/2010

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Educação Dos Filhos: Tarefa Difícil

Educação Dos Filhos: Tarefa Difícil

Autor: SONIA OLIVEIRA SILVA

EDUCAÇÃO DOS FILHOS: TAREFA DIFÍCIL





Por: Sonia das Graças Oliveira Silva





A quem diga que educar um filho nos dias de hoje é uma tarefa de Hércules. São muitas as alegrias, mas são tantos os conflitos e aflições ao assumir os papéis de pai e mãe que o casal, muitas vezes, entra em pânico. Muitas perguntas passam pelas cabeças dos pais, sentem-se inseguros, desorientados e não têm ainda definidos os seus papéis de educadores.


A própria estrutura da família tem passado por alterações radicais, principalmente, no que se refere à distribuição de tarefas para o homem, para a mulher e para os filhos.


Um dos grandes problemas, bem visível na criação e educação dos filhos é a imposição de limites. Impor limites. Ter autoridade, sem ser autoritário. A autoridade torna-se uma manifestação de amor e afeto quando exercida com equilíbrio. Ela transmite segurança. A criança não amará mais os seus pais porque eles lhe dão total liberdade, porque pode fazer o que bem entender. Ela perceberá a falta de estrutura e de segurança, sentindo-se menos protegida para a vida. É importante os pais perceberem que a criança precisa de liberdade, mas que por si só não tem condições de avaliar o que é melhor ou pior para ela mesma. Educar é tarefa complexa. A cada nova etapa do desenvolvimento dos filhos há um novo desafio à criatividade e à flexibilidade dos pais, visto que deles é exigido mudanças de padrões de conduta e novos modos de atender os filhos em suas novas necessidades.


É de vital importância os pais darem aos filhos a segurança do seu amor. É mais importante a qualidade do afeto que a quantidade de tempo disponível aos filhos. A vida profissional dos pais nos dias atuais, apesar de suas elevadas exigências, pode ser ajustada a uma vida particular equilibrada. É necessário conceder tempo às crianças, para que sejam crianças. Muitos adultos sobrecarregam a agenda dos filhos como se fossem pequenos executivos. Horário para tudo: escola, balé, futebol, língua estrangeira, música, excesso de lições, outras atividades sociais, etc. E se esquecem que são, ainda, apenas crianças. Precisam brincar, partilhar, ter amigos, e, desse modo desenvolver a socialização, a convivência.


Os pais precisam transmitir valores aos filhos. Valores como respeito ao próximo, ética, cidadania, solidariedade, respeito ao meio ambiente, auto-estima, que levarão as crianças a serem adultos tranqüilos, carinhosos, flexíveis; adultos que sabem resolver problemas e são abertos ao diálogo e às mudanças do mundo.


Os caminhos de nossa evolução pessoal são difíceis e tortuosos, deparamo-nos com muitas frustrações, adversidades e desilusões, mas, quando superamos as dificuldades surgem as alegrias e desenvolvemos a nossa auto confiança. Não existem pais perfeitos, nem filhos perfeitos. Educando, convive-se com muitos erros e muitos acertos. O importante é dar exemplos certos, coisa que só se consegue educando com o coração.





http://www.artigonal.com/educacao-artigos/educacao-dos-filhos-tarefa-dificil-382497.html

Perfil do Autor

Empresária, Graduada em Ciências/matemática, Especialista em Educação Infantil pela FACED, Faculdade de Educação da UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora) e Especialista em Mídia e Deficiência, pela FACOM, Faculdade de Comunicação da UFJF.