É bom começar por dizer que "observar" os filhos não significa bisbilhotar", isto é, näo pode ser ocasião para violarmos a sua intimidade pessoal. Somos bisbilhoteiros quando queremos saber tudo, mas quase unicamente para satisfazer as nossas exigências e para tranqüilizar as nossas ansiedades.
O respeito à intimidade dos filhos é fundamental para estabelecer com eles um autêntico relacionamento de confiança. A tarefa de observá-los assume, portanto, uma feição inteiramente particular, porque se baseia na mais absoluta naturalidade e espontaneidade, o que torna necessária uma participação ativa na vida do filho: é uma observação destinada a captar e a incentivar tudo o que pode ajudá-lo a desenvolver-se como pessoa, com pleno respeito a sua liberdade.
Para consegui-lo, pode ser conveniente descer ao nível da criança, ver as coisas um pouco do ponto de vista dela; se soubermos fazê-lo, ficaremos admirados ao notar a enorme diferença que há entre o nosso mundo e o das crianças, e quanto o delas é rico, apesar das aparências. A observação e o conhecimento começam a partir do berço. Cada criança tem as suas exigências e é diferente de qualquer outra. Procuremos, portanto, respeitá-la e não impor-lhe de modo muito rígido os nossos horários. Seria mais oportuno que a mãe se adaptasse, por exemplo, aos horários de um bebê, e não ao contrário.
A observação deve, pois, tender a saber não só "como é a criança", mas sobretudo como nós somos com ela; muitos dos seus hábitos dependem exclusivamente de nós e têm a sua origem no modo habitual com que nós mesmos nos conduzimos. É fácil perceber que muitas das preferências do filho resultam dos hábitos de seus pais.
Por último, é necessário empenhar-se em observar os filhos no seu relacionamento com os pais e também com os da sua idade; no seu comportamento em casa e fora dela, de modo a conseguir uma imagem completa da sua personalidade.
a primeira infância, procuraremos portanto conhecer do nosso filho não só o seu tamanho, o peso, etc., mas também a sua capacidade e potencialidade de movimentos (o chamado desenvolvimento motor), perguntando-nos honestamente se somos pais que favorecem a educação física ou não. É penoso observar que há crianças já bem grandinhas que não agüentam um pequeno passeio porque "se cansam", "não estão acostumadas", e que não correm e não saltam porque "poderiam cair" e "machucar-se".
Saber observar o filho significa também vê-lo como ele é com os demais meninos, sem porém usar de indulgência nas comparações.
Fonte: extraído do livro "Conheça o seu filho", da Editora Quadrante. A autora, Anna Maria Costa, é psicóloga italiana.acesso em 02/12/2010
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
Dizer "não" pode ser saudável
Não me lembro da primeira vez que a minha mãe me disse que não podia fazer alguma coisa, mas recordo que foram muitas. E como lho agradeço agora!
Fui uma menina irrequieta que já aos quatro meses tinha caído da cama duas vezes, que arrasava tudo o que as suas mãos pequeninas podiam alcançar; que aos quatro anos, sem querer, claro, tinha pegado fogo a um quarto de brinquedos; aos 7, por se perder dos pais, acabou numa delegacia uma vez que não sabia como regressar a sua casa, e aos 12 ensinava as amigas a fumar.
Os meus pais depressa aprenderam, sem receber nenhum curso de Escola de Pais, que uma das fórmulas-chave de me amar era ensinar-me que existem limites em todos os campos: físicos, psicológicos e éticos. Os limites para o ser humano não são obstáculos à liberdade, são precisamente os caminhos a seguir para que esta possa escolher o bem, a verdade e o amor, que não são pouca coisa.
Um elemento imprescindível na educação é saber dizer ”não”. As atuais gerações de pais de família dão a impressão de ter horror a esta palavra. Treme-lhes a voz quando têm que pôr um limite, e até se sentem culpados quando o fazem. O bom educador não necessita levantar a voz, basta-lhe, em muitas ocasiões, um olhar para dizer “isso não se faz”, porque se sente seguro de estar fazendo o que está certo.
A diferença psicológica fundamental entre a criança e o adulto reside em que o primeiro desconhece quais são os seus limites, até onde pode chegar nos seus desejos, o que o favorece ou o que o prejudica, o que é o bem e o que é o mal.
A sábia natureza organizou de tal maneira a coisas que o período de amadurecimento de uma “cria humana” é dos mais lentos comparado com outros mamíferos. Quantos anos depende uma criança do adulto para poder subsistir por si mesmo? Esses anos são vitais não só pela necessidade de receber o alimento, mas também pela necessidade de EDUCAR A LIBERDADE HUMANA EM FUNÇÃO DO AMOR.
Herber Macuse foi um dos pensadores que mais intercederam nos anos 60 pelas teorias da total permissividade sexual na criança, para lhe evitar traumas futuros. Das 34 crianças “usadas” como objetos da sua experiência num jardim de infância americano, durante 5 anos, em que nunca se lhes disse “não” a nada, 12 suicidaram-se antes dos 55 anos, 18 apresentaram sérios problemas de adaptação e convivência e 4 levaram uma vida aparentemente normal.
A violência nas escolas, a falta de disciplina, o aumento da delinquência juvenil, o vandalismo, o uso do próprio corpo e do alheio como instrumento do prazer, as dependências do álcool, das drogas, da pornografia, etc. são fenômenos globais da sociedade ocidental. Todos estes comportamentos – esclarece o psicólogo Tony Anatrella, na sua obra “O sexo esquecido” - dos quais cada vez mais pessoas se queixam com um sentimento de impotência e de saturação, não estão a acontecer por acaso. A sociedade criou as condições objetivas para que se desenvolvam e não é justo afirmar, como fazem alguns sociólogos, que estão sistematicamente relacionados com o desemprego e a crise económica. Na realidade estes comportamentos demonstram bem que há uma desresponsabilização da sociedade.
E uma das causas principais para este fato foi o medo que nos transmitiram para educar, de vez em quando, com um “não” necessário. O “não” é um termo politicamente incorreto, inimigo da tolerância, da permissividade, embora se bem utilizado, seja o elemento-chave para formar inteligências abertas, vontades livres e afetividades sãs.
Por detrás de cada “não” durante a formação, há milhões de “sim” no futuro da vida dessa criança.
Um “não” a um ato egoísta é dizer “sim” a muitos atos de generosidade, um “não a um comportamento sexual separado de um amor verdadeiro, é o princípio de uniões estáveis e felizes, um “não” à negligência, é um “sim” à responsabilidade e ao espírito de luta, e um “não” à curiosidade mórbida de torturar um animalzinho sem necessidade alguma, é também um “sim” ao cuidado com o planeta e ao desenvolvimento da responsabilidade ecológica.
Fica demonstrado que um “não” a tempo, pode ser saudável, para o ser humano de hoje e para a sociedade do futuro.”
Por: Nieves García, Colaboradora de mujernueva.org
acesso em 02/12/2010
Fui uma menina irrequieta que já aos quatro meses tinha caído da cama duas vezes, que arrasava tudo o que as suas mãos pequeninas podiam alcançar; que aos quatro anos, sem querer, claro, tinha pegado fogo a um quarto de brinquedos; aos 7, por se perder dos pais, acabou numa delegacia uma vez que não sabia como regressar a sua casa, e aos 12 ensinava as amigas a fumar.
Os meus pais depressa aprenderam, sem receber nenhum curso de Escola de Pais, que uma das fórmulas-chave de me amar era ensinar-me que existem limites em todos os campos: físicos, psicológicos e éticos. Os limites para o ser humano não são obstáculos à liberdade, são precisamente os caminhos a seguir para que esta possa escolher o bem, a verdade e o amor, que não são pouca coisa.
Um elemento imprescindível na educação é saber dizer ”não”. As atuais gerações de pais de família dão a impressão de ter horror a esta palavra. Treme-lhes a voz quando têm que pôr um limite, e até se sentem culpados quando o fazem. O bom educador não necessita levantar a voz, basta-lhe, em muitas ocasiões, um olhar para dizer “isso não se faz”, porque se sente seguro de estar fazendo o que está certo.
A diferença psicológica fundamental entre a criança e o adulto reside em que o primeiro desconhece quais são os seus limites, até onde pode chegar nos seus desejos, o que o favorece ou o que o prejudica, o que é o bem e o que é o mal.
A sábia natureza organizou de tal maneira a coisas que o período de amadurecimento de uma “cria humana” é dos mais lentos comparado com outros mamíferos. Quantos anos depende uma criança do adulto para poder subsistir por si mesmo? Esses anos são vitais não só pela necessidade de receber o alimento, mas também pela necessidade de EDUCAR A LIBERDADE HUMANA EM FUNÇÃO DO AMOR.
Herber Macuse foi um dos pensadores que mais intercederam nos anos 60 pelas teorias da total permissividade sexual na criança, para lhe evitar traumas futuros. Das 34 crianças “usadas” como objetos da sua experiência num jardim de infância americano, durante 5 anos, em que nunca se lhes disse “não” a nada, 12 suicidaram-se antes dos 55 anos, 18 apresentaram sérios problemas de adaptação e convivência e 4 levaram uma vida aparentemente normal.
A violência nas escolas, a falta de disciplina, o aumento da delinquência juvenil, o vandalismo, o uso do próprio corpo e do alheio como instrumento do prazer, as dependências do álcool, das drogas, da pornografia, etc. são fenômenos globais da sociedade ocidental. Todos estes comportamentos – esclarece o psicólogo Tony Anatrella, na sua obra “O sexo esquecido” - dos quais cada vez mais pessoas se queixam com um sentimento de impotência e de saturação, não estão a acontecer por acaso. A sociedade criou as condições objetivas para que se desenvolvam e não é justo afirmar, como fazem alguns sociólogos, que estão sistematicamente relacionados com o desemprego e a crise económica. Na realidade estes comportamentos demonstram bem que há uma desresponsabilização da sociedade.
E uma das causas principais para este fato foi o medo que nos transmitiram para educar, de vez em quando, com um “não” necessário. O “não” é um termo politicamente incorreto, inimigo da tolerância, da permissividade, embora se bem utilizado, seja o elemento-chave para formar inteligências abertas, vontades livres e afetividades sãs.
Por detrás de cada “não” durante a formação, há milhões de “sim” no futuro da vida dessa criança.
Um “não” a um ato egoísta é dizer “sim” a muitos atos de generosidade, um “não a um comportamento sexual separado de um amor verdadeiro, é o princípio de uniões estáveis e felizes, um “não” à negligência, é um “sim” à responsabilidade e ao espírito de luta, e um “não” à curiosidade mórbida de torturar um animalzinho sem necessidade alguma, é também um “sim” ao cuidado com o planeta e ao desenvolvimento da responsabilidade ecológica.
Fica demonstrado que um “não” a tempo, pode ser saudável, para o ser humano de hoje e para a sociedade do futuro.”
Por: Nieves García, Colaboradora de mujernueva.org
acesso em 02/12/2010
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Os filhos e as brigas dos pais
Certo dia, proferi uma frase mal-educada à minha esposa, o que foi presenciado pelo meu filho. Sem demora, com os olhinhos um pouco tristes, um pouco indignados, ele disse-me: “eu prefiro que você brigue comigo do que fale desse jeito com a mamãe”.
Eu já havia ouvido de especialistas que os filhos se sentem mais seguros em notar que os pais se amam entre si do que com demonstrações de afeto diretamente para com eles, pois, mais que serem amadas, as crianças desejam ardentemente se sentirem frutos de um amor. Mas o fato é que isso que havia visto em livros e cursos, nunca havia notado tão fortemente na prática, de tal forma que a justa censura do sábio garoto encheu-me de vergonha.
Convém, pois, que pai e mãe meditem sobre como anda o relacionamento e em que medida isso tem contribuído ou prejudicado a formação dos filhos.
É inevitável que haja brigas entre o casal. Aliás, ouso lançar um desafio: se alguém conhece um casal que nunca se desentendeu, ainda que levemente, que envie uma mensagem para o meu endereço eletrônico, pois vou tentar fazer que saia na próxima edição do Guinness.
Assim, se os desentendimentos são como que “naturais” na vida do casal, mas, por outro lado, causam grandes males aos filhos, como solucionar a contradição?
Ainda que inevitáveis as brigas, deve haver um esforço constante para que as relações conjugais sejam cada vez melhores. O relacionamento entre marido e mulher pode ser comparado como uma encosta íngreme a ser percorrida. Quando se dispõe a subir a montanha, não se consegue ficar parado, ou se avança, ou se retrocede. É bem verdade que mesmo aqueles que se empenham por subir um pouco a cada dia, por vezes caem e, quando se dão conta, retrocederam um bom caminho, mas isso não importa, pois se há determinação, logo se recupera, com folga, o trecho perdido.
Nessa luta, é importante que cada um descubra os próprios defeitos, em especial aquele que mais desagrada o outro. E mais que descobrir, travar uma batalha decidida por vencê-lo. O grande mal é que cada um pensa que o problema está no outro e, com isso, nada faz para melhorar.
Vejamos um pequeno exemplo. Ele, ciumento do trabalho profissional dela, queixa: “você agora só pensa em seu trabalho e nem se importa mais em manter a casa agradável”. Ela: “você é que é um folgado. Encontra tempo para jogar futebol e tomar cerveja com os amigos, mas não me ajuda nas tarefas da casa”. E os exemplos são infindáveis. Cada um de nós pode imaginar o roteiro das nossas discussões, todas elas com acusações recíprocas sem que cada um reconheça os próprios defeitos.
No entanto, o ponto de luta é outro. Ou seja, cada um deve pensar “o que ela (ou ele) tem de razão no que fala de mim? O que posso fazer para ser melhor?”. É bem verdade que, feito isso, é necessário que o outro também se empenhe em mudar. Mas para isso, não se consegue nada no meio de uma discussão. Passado um dia ou dois, quando estiverem calmos, a sós, então se fala: “olha, isso que você faz, desagrada-me muito. Pense se não pode se esforçar um pouco para fazer desse jeito ou daquele...”. E depois deve estar disposto a ouvir também, porque por certo que o outro também terá muitas “críticas constritivas” a fazer.
Mas ainda que isso seja feito, mesmo assim surgirão os desentendimentos. Há então que se colocar um forte empenho para que as brigas não ocorram na frente dos filhos. Se é natural brigar, não o é diante deles, tanto mais se as brigas forem por sua causa. Por exemplo, o filho pede algo ao pai, e ele nega, em seguida, pede à mãe, que consente e, formado o problema, passam a discutir na frente do filho por esse motivo. Quando isso ocorre, a mensagem que se passa é que não há certo e errado e que os pais não se entendem sequer a respeito do que é melhor para ele, gerando uma terrível insegurança na criança ou adolescente.
Mas se isso ocorrer, deve se tomar cuidado para que os filhos presenciem também a reconciliação. É que eles costumam ver as brigas, mas não vêem o momento posterior em que fazem as pazes, ficando com a impressão de que estão sempre brigados.
Um grande defensor da paz e da alegria nos lares aconselhava aos casais que jamais brigassem diante dos filhos e que as brigas, naturais entre marido e mulher, não se prolongassem por mais de um dia, de modo que não se deitassem sem antes fazer as pazes. E mais, aconselhava ele que aquele que pensa ter razão na discussão, que seja o primeiro a pedir perdão.
Por: Fábio Henrique Prado de Toledo é Juiz de Direito em Campinas. Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Articulista do Correio Popular de Campinas e de alguns outros jornais. Casado, é pai de 8 filhos. - acesso em 01/12/2010
Eu já havia ouvido de especialistas que os filhos se sentem mais seguros em notar que os pais se amam entre si do que com demonstrações de afeto diretamente para com eles, pois, mais que serem amadas, as crianças desejam ardentemente se sentirem frutos de um amor. Mas o fato é que isso que havia visto em livros e cursos, nunca havia notado tão fortemente na prática, de tal forma que a justa censura do sábio garoto encheu-me de vergonha.
Convém, pois, que pai e mãe meditem sobre como anda o relacionamento e em que medida isso tem contribuído ou prejudicado a formação dos filhos.
É inevitável que haja brigas entre o casal. Aliás, ouso lançar um desafio: se alguém conhece um casal que nunca se desentendeu, ainda que levemente, que envie uma mensagem para o meu endereço eletrônico, pois vou tentar fazer que saia na próxima edição do Guinness.
Assim, se os desentendimentos são como que “naturais” na vida do casal, mas, por outro lado, causam grandes males aos filhos, como solucionar a contradição?
Ainda que inevitáveis as brigas, deve haver um esforço constante para que as relações conjugais sejam cada vez melhores. O relacionamento entre marido e mulher pode ser comparado como uma encosta íngreme a ser percorrida. Quando se dispõe a subir a montanha, não se consegue ficar parado, ou se avança, ou se retrocede. É bem verdade que mesmo aqueles que se empenham por subir um pouco a cada dia, por vezes caem e, quando se dão conta, retrocederam um bom caminho, mas isso não importa, pois se há determinação, logo se recupera, com folga, o trecho perdido.
Nessa luta, é importante que cada um descubra os próprios defeitos, em especial aquele que mais desagrada o outro. E mais que descobrir, travar uma batalha decidida por vencê-lo. O grande mal é que cada um pensa que o problema está no outro e, com isso, nada faz para melhorar.
Vejamos um pequeno exemplo. Ele, ciumento do trabalho profissional dela, queixa: “você agora só pensa em seu trabalho e nem se importa mais em manter a casa agradável”. Ela: “você é que é um folgado. Encontra tempo para jogar futebol e tomar cerveja com os amigos, mas não me ajuda nas tarefas da casa”. E os exemplos são infindáveis. Cada um de nós pode imaginar o roteiro das nossas discussões, todas elas com acusações recíprocas sem que cada um reconheça os próprios defeitos.
No entanto, o ponto de luta é outro. Ou seja, cada um deve pensar “o que ela (ou ele) tem de razão no que fala de mim? O que posso fazer para ser melhor?”. É bem verdade que, feito isso, é necessário que o outro também se empenhe em mudar. Mas para isso, não se consegue nada no meio de uma discussão. Passado um dia ou dois, quando estiverem calmos, a sós, então se fala: “olha, isso que você faz, desagrada-me muito. Pense se não pode se esforçar um pouco para fazer desse jeito ou daquele...”. E depois deve estar disposto a ouvir também, porque por certo que o outro também terá muitas “críticas constritivas” a fazer.
Mas ainda que isso seja feito, mesmo assim surgirão os desentendimentos. Há então que se colocar um forte empenho para que as brigas não ocorram na frente dos filhos. Se é natural brigar, não o é diante deles, tanto mais se as brigas forem por sua causa. Por exemplo, o filho pede algo ao pai, e ele nega, em seguida, pede à mãe, que consente e, formado o problema, passam a discutir na frente do filho por esse motivo. Quando isso ocorre, a mensagem que se passa é que não há certo e errado e que os pais não se entendem sequer a respeito do que é melhor para ele, gerando uma terrível insegurança na criança ou adolescente.
Mas se isso ocorrer, deve se tomar cuidado para que os filhos presenciem também a reconciliação. É que eles costumam ver as brigas, mas não vêem o momento posterior em que fazem as pazes, ficando com a impressão de que estão sempre brigados.
Um grande defensor da paz e da alegria nos lares aconselhava aos casais que jamais brigassem diante dos filhos e que as brigas, naturais entre marido e mulher, não se prolongassem por mais de um dia, de modo que não se deitassem sem antes fazer as pazes. E mais, aconselhava ele que aquele que pensa ter razão na discussão, que seja o primeiro a pedir perdão.
Por: Fábio Henrique Prado de Toledo é Juiz de Direito em Campinas. Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Articulista do Correio Popular de Campinas e de alguns outros jornais. Casado, é pai de 8 filhos. - acesso em 01/12/2010
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